O Eremita (Cronos,
deus do tempo)
Cronos, o Eremita, é a imagem da lição do tempo
e das limitações da vida mortal. Nada pode ir além
do âmbito da própria vida e nada permanece inalterado.
Essa é uma faceta óbvia e simples da vida que, a despeito
da simplicidade e da obviedade, nos causa sofrimento durante o aprendizado
e que só nos chega com a idade e com a experiência.
Cronos é um deus que encarna tanto o sentido do tempo como
também se rebela contra ele. E por isso é destronado
e humilhado, devendo aprender com a solidão e no silêncio
da própria dor. A descoberta de que se está realmente
sozinho na vida constitui o dilema que todos os homens precisam enfrentar.
A aceitação da própria condição
é também, e de uma maneira misteriosa, a separação
real dos pais e da infância porque significa o sacrifício
da fantasia de que, em alguma época, alguém, num passe
de mágica, transformará a aridez da existência
em aconchego perpétuo. Somente a aceitação dessa
passagem é que poderá trazer as recompensas da Era Dourada
de Cronos.
A carta de Cronos, o Eremita, indica um período de solitude,
de exílio voluntário das coisas mundanas, da agitação
da vida, de forma a obtermos paciência e sabedoria.
Esse momento representa a grande oportunidade de erguer e fortalecer
a personalidade se estivermos dispostos a esperar.
Todas essas
análises e figuras foram extraídas do livro "O
Tarô Mitológico" Juliet Shaman- Burke e Liz Greene